Informações Úteis
- Hugo Silva – Mediação Imobiliária.
- O nosso facebook
- O nosso Instagram
- Blog
- Política de privacidade
- Termos e Condições Resolução Alternativa de Litígios
Hugo Silva – Especialista em Mediação Imobiliária
Acontecimentos que provoquem alterações ao nível das condições económicas, nomeadamente perda da capacidade de compra e financiamento e aumento do desemprego acionam o alarme para um possível crash imobiliário. A chegada da pandemia COVID-19 ao país não foi exceção.
O mercado imobiliário é considerado um mercado lento no que diz respeito à sua reação perante acontecimentos que pautam a atualidade. Com as consequências da pandemia a nível económico, a expectativa geral e nacional é a de que os preços do setor imobiliário vão reduzir … a resposta é claramente NÃO!
Dados que remetem ao ano de 2019 comprovam que a verificação de efeitos no processo de compra e venda não é imediato: em média, num processo de compra podem demorar cerca de 2 meses, enquanto que num processo de venda podem demorar, em média, mais de 6 meses.
Já na crise financeira assim aconteceu: os preços do setor imobiliário começaram a descer significativamente muito depois do crash financeiro. Igualmente a sua recuperação aconteceu muito tempo depois dos primeiros indicadores positivos da Economia Portuguesa.
O mercado estava sim numa tendência de subida, onde os proprietários iam colocando os imóveis cada vez mais caros e, por esse motivo, há uma diferença verificada entre o que está em venda e aquilo que realmente é transacionado.
Vejamos alguns dados:
Lisboa: Freguesia Penha de França
2019 – Valor médio de vendidos: 171.000€
Até junho 2020 – valor médio vendido: 161.000€
Valor médio de imóveis em venda: 244.000€
Lisboa: Freguesia da Expo
2019 – Valor médio de vendidos 435.000€
Até junho de 2020 – valor médio vendido: 530.000€
Valor médio de imóveis em venda: 836.000€
Vila Franca de Xira
2019 – Valor médio de vendidos: 91.000€
Até junho de 2020 – valor médio vendido: 104.000€
Valor médio de imóveis em venda: 113.000€
Porto: Campanhã
2019 – Valor médio de vendidos: 121.000€
Até junho de 2020 – valor médio vendido: 130.000€
Valor médio de imóveis ativos: 200.000€
Carregado
2019 – Valor médio de vendidos: 82.000€
Até junho 2020 – valor médio vendido: 92.000€
Valor médio de imoveis ativos: 119.000€
Tendo por base portais imobiliários, estes dados contradizem totalmente a ideia de baixas de preço… Bem pelo contrário! Em média, os valores reais de imóveis transacionados até aumentaram de 2019 para 2020.
Como se pode ver em todos os casos, o valor de imóveis ativos no mercado é muito superior ao valor em que eles são realmente transacionados. Esses imóveis que estão a venda garantidamente vão baixar de preço, mas não por causa da crise e sim porque naturalmente isso já iria acontecer. A expectativa é sempre superior ao real.
Fenómeno garantido é a oferta que, por causa da pandemia, baixou significativamente. Os proprietários, por diversas razões (tais como a bolha imobiliária), não colocam os imóveis em venda. Como a procura baixou – mas não o suficiente – os preços aumentam naturalmente.
Por esse motivo, sem grandes alarmes, os preços estão a manter-se. A oferta é muito pequena para a procura existente. Quando as moratórias e os layoffs terminarem, aí poderão começar a haver ajustes, mas mesmo assim irá demorar meses até ser significativamente visível.
Se a pergunta é, vão baixar num futuro? Claro que sim, inevitavelmente! Para quanto? Não tenho essa capacidade e visão.